Sindasp-RN repudia acusações de professora contra Agentes Penitenciários de Alcaçuz
O Sindasp-RN, entidade representativa de classe, repudia as declarações e acusações feitas pela professora Juliana Melo, em reportagem publicada no site da Época, na segunda-feira (19), na qual relata ações que não condizem com a realidade do trabalho dos Agentes Penitenciários de Alcaçuz.
Em nome dos servidores, o Sindicato afirma que a professora da UFRN está querendo se promover, no entanto, o faz de uma maneira irresponsável, pois especula baseada em teorias e informações repassadas por criminosos e seus familiares, sem, no mínimo, buscar consultar os servidores do Sistema Penitenciário.
As acusações feitas pela professora Juliana Melo não só são irresponsáveis e levianas como põem em risco a vida dos Agentes Penitenciários e também dos seus familiares. Propagar inverdades e acusações graves contra servidores públicos macula a imagem dessa categoria perante a sociedade e, principalmente, espalha um sentimento de revanche nas organizações criminosas.
Os Agentes Penitenciários convivem com situações de alto estresse, de alto risco para a saúde física e mental, bem como saem de casa sem saber se irão voltar. Tudo que não precisamos é de pessoas incitando a criminalidade contra nossa categoria. Precisamos sim de valorização, de reconhecimento e de incentivo para desenvolvermos nossas funções de maneira digna.
A professora alega ter acompanhado a crise que se instalou em janeiro de 2017, na qual pelo menos 26 detentos foram mortos por outros presos. No entanto, ela mesma reconhece que acompanhou apenas na frente da unidade, do lado de fora.
O Sindasp-RN ressalta que os Agentes Penitenciários acompanharam e vivenciaram o problema de dentro. Testemunharam uma das maiores barbáries do Sistema Prisional do Brasil. Presos se digladiando, matando, esquartejando e fazendo churrasco de partes humanas.
Essa foi a verdadeira realidade presenciada pelos Agentes Penitenciários e se, atualmente, esse cenário está controlado em Alcaçuz foi graças ao empenho e abnegação dos servidores penitenciários, que enfrentaram o problema, mesmo sem condições de trabalhos adequadas para isso, e conseguiram reverter o caos.
Para isso, implantaram uma nova rotina na unidade, com disciplina, regras e procedimentos que garantem a ordem diária e impedem novas rebeliões e conflitos entre os presos.
Ressaltamos que os Agentes Penitenciários não usam mecanismos de choque e nem mesmo têm contato individual com detentos. Então, se a professora tem conhecimento de tais práticas relatadas na reportagem, ao invés de apresentar acusações genéricas e vagas na mídia, ela deve procurar os órgãos competentes para denúncias e, conseqüentemente, apresentar as provas.