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Nota: Caos no Sistema Penitenciário do RN é culpa única e exclusivamente do Estado

O caos em que se encontra o Sistema Penitenciário do Rio Grande do Norte tem em sua origem não a ineficiência dos profissionais que trabalham nas unidades e sim o abandono do Estado e dos gestores aos longos dos últimos anos. As constantes fugas registradas nos presídios ou centros de detenção não decorrem de falhas nas revistas ou falhas na guarda. Elas decorrem de estruturas precárias e unidades deterioradas.

Nós, agentes penitenciários, assim como os colegas policiais militares que atuam na guarda externa, não temos como controlar centenas de presos 24 horas por dia sem condições de trabalho adequadas. Dentro das unidades, os presos estão soltos, pois o Estado não teve força para conter rebeliões e para reformar as unidades da maneira correta. Nas guaritas, os policiais muitas vezes ficam no sol ou na chuva, sem nem mesmo uma cadeira e/ou armamentos e sistema de iluminação que permita fiscalizar as áreas externas e internas.

De fato, a população potiguar se sente insegura ao ouvir relatos quase que diários de fugas. E não é para menos. Nós que fazemos o Sistema Penitenciário sentimos a mesma revolta. No entanto, não podemos admitir que a responsabilidade desse caos seja atribuída aos agentes penitenciários, nem pela população e nem mesmo por outras categorias que conhecem a realidade e sabem muito bem como funciona o sistema. E, saiba você cidadão, a situação só não é pior porque nós, ainda com poucas condições e sem incentivo, conseguimos evitar várias fugas.

Os agentes penitenciários do Rio Grande do Norte muitas vezes tiram dinheiro do próprio bolso para manter as cadeias funcionando e para terem condições mínimas de segurança. Infelizmente, somos uma categoria desvalorizada pelos governos e vista com preconceito pela sociedade. Mesmo assim, não nos abatemos e nem vamos desistir jamais.

Neste momento, conclamamos a sociedade a se unir aos nossos pleitos para melhorias e resgate do Sistema Prisional. Precisamos que os governantes enxerguem os presídios como parte do sistema de Segurança Pública e não como um tapete onde se esconde o lixo debaixo. Além disso, esperamos e pregamos respeito de colegas policiais militares, policiais civis, bombeiros ou qualquer outra categoria que faça a Segurança Pública do Rio Grande do Norte. No nosso entendimento, juntos seremos mais fortes e teremos a evolução que sempre almejamos.

Atenciosamente,
Sindasp-RN.

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